O vazio apoderando-se de mim
Já não respondo
À ausência dos pensamentos em fuga
O alerta toca e disparo sem fim
Em todos os sentidos
Não parando para pensar
E dos gritos rapidamente lançados
De imediato um arrependimento neles vai
Mas já não pára
É tempo de relaxar
Sorrir para o dia que se acaba
Descansar o corpo pleno de vontades
Perder-me em sonhos que hão-de chegar
Devagarinho
Deixando-me ficar quieto e tranquilo
Aqui comigo,
Contigo e com todos que venham bailar.
Escrito em 11/07/2007 num pedaço de noite menos bom
SFSousa
2 comentários:
De Repente, um Vazio
A enorme boca do Dragão se abre,
me devora viva.
Sem dor... Sem máculas...
Enveredo-me por entre as ruelas
do destino
e encaro este mundo real.
Este mundo ... Vazio.
A consciência, machuca.
Quisera não entender
o que se passa aqui.
Ver os andarilhos esfomeados
a rondar seus olhos...
Quisera poder perpetuar
o sorriso de um menino...
Mas, o Dragão Vive...
Tórridas labaredas lançam-se
para mim.
Enxergar esta Vida falha,
sem anestesia...
É preciso ... calma.
É preciso
Alma...
Senhor, afasta de mim o Dragão,
o Vulcão.
Traga de volta a esperança
de quinze anos atrás.
Conduza meus passos largos
no ritmo da sua dança.
Preencha o vazio
e faça eu lembrar
das rosas
e não dos seus espinhos.
Cintia Barreto
Abraços Talina
De todos os teus poemas gostei principalmente deste. Aqui vai um do Al berto que também me diz muito
"se um dia
se um dia a juventude voltasse
na pele das serpentes atravessaria toda a memória
com a língua em teus cabelos dormiria no sossego
da noite transformada em pássaro de lume cortante
como a navalha de vidro que nos sinaliza a vida
sulcaria com as unhas o medo de te perder... eu
veleiro sem madrugadas nem promessas nem riqueza
apenas um vazio sem dimensão nas algibeiras
porque só aquele que nada possui e tudo partilhou
pode devassar a noite doutros corpos inocentes
sem se ferir no esplendor breve do amor
depois... mudaria de nome de casa de cidade de rio
de noite visitaria amigos que pouco dormem e têm gatos
mas aconteça o que tem de acontecer
não estou triste não tenho projectos nem ambições
guardo a fera que segrega a insónia e solta os ventos
espalho a saliva das visões pela demorada noite
onde deambula a melancolia lunar do corpo
mas se a juventude viesse novamente do fundo de mim
com suas raízes de escamas em forma de coração
e me chegasse à boca a sombra do rosto esquecido
pegaria sem hesitações no leme do frágil barco... eu
humilde e cansado piloto
que só te sonhar me morro de aflição"
Al Berto
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