Hoje de novo
No parque nascente para café e chocolate tomar,
Café pedido
Mesa á espera,
Dia de verão, calor imenso,
Gente da estrada e do calor fugindo
Aqui se refugiando,
Vestidos coloridos provocando,
Mulheres passeando
Seus corpos bem bronzeados
E eu bebendo o meu café
Por entre risos inocentes,
Por entre palavras que não entendo,
Emigrantes de vozeirão forte
Francês arranhado
E vejo,
Passeio,
E desfruto
Este emaranhado de gente que de longe vem,
Deixando o trabalho e suas privações
Ao descanso aqui chegando
Mas eis que entre este rodopio de gente,
De caos controlado
Me dou conta que na televisão
Uma noticia salta,
Sim, é da Asia que estão comentando,
Cheias enormes,
Gente sem recursos,
Gente perdida sem saber que fazer,
Implorando… implorando
A maioria de nós sem sensibilidade
Seguimos nas compras sem necessidade,
Na recusa de atenção prestar
A estas vidas que nem sequer começam
E deixamos andar
... até quando ??
Situações dramáticas,
Gente pendente do sabor das tempestades,
Das chuvas,
Do sol,
Das guerras
De impotência perante tais atrocidades
E sem nada…
…até quando?
Vidas sem esperança,
Crianças sem pão,
Mães chorando desesperadas e sem lágrimas,
Falta de nossas vontades
…até quando?
E aqui estamos pensando no sol,
Na praia,
No creme de baixa ou grande protecção,
Nas compras,
Nas roupas com desconto de estação
E noutro lado a cada momento tudo se acaba
Sem um pedaço de esperança
Por ter tão pouco de nada,
…até quando?
30/07/2007 - Sfsousa (no pq nascente)