sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Moinhos...

Hoje, ao ver umas fotos dum passeio á beira rio, de paisagens fantásticas, verdes inimagináveis, bem perto de nós, lá para o lado da Foz do rio Sousa, os moinhos adormecidos mas, não esquecidos, me fizeram lembrar algo que escrevi há tempos sobre este tema e que poderia ter sido um inicio duma marcha popular mas, como não sairam estes versos, aqui os disponho para que todos os que queiram, os possam apreciar com o mesmo carinho com que os escrevi…

No rio, 
a água corre
moinhos velhos 
movendo
farinha nova, 
vida pobre
trabalho árduo
água correndo

Dois lugares 
um só pensamento
vinte cestos 
montes de roupa
dez lavadeiras 
nem um lamento
mãos embalando 
uma voz rouca 

Moinho velho 
triste e só
na mó 
seu leito gemendo 
água do rio 
farinha em pó
nas casas 
familias sofrendo

Tantas voltas
uma cantadeira
uma bacia 
para tanta roupa
dez cestos 
cinco lavadeiras
mãos chorando 
a paga tão pouca


quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Hoje eu fugi...ultimo


Hoje fugi
Das suas chegadas repetidas
Do seu partir já marcado
Nos lugares que em sonhos vi

Mas eu 
Não volto nem venho
Porque...
Hoje eu fugi


domingo, 16 de fevereiro de 2020

HOJE EU FUGI...4





Hoje fugi
Do sangue que lateja nas minhas veias
Das andorinhas que não chegam

Hoje fugi
Das primaveras distantes,
De todos os beirais frescos



sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

HOJE FUGI....3




Hoje fugi
Na procura vã
Das hordas dos meus sonhos

Hoje fugi
Do sopro de cada momento
Dos beijos que invariavelmente se repetem

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

HOJE FUGI...2º






HOJE FUGI

Hoje fugi
Despedaçando meu corpo
De ilusões mágicas

Hoje fugi
Do meu pensamento
E corro, corro sem fim

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

HOJE FUGI...1º



Hoje fugi
Do medo que espreita
Nas portas entreabertas

Hoje fugi
Sem destino, sem medo
Por aí vagueei