segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Alentejo..final de tarde




Mais uma chegada aportando o escurecer,
as luzes apagam seu brilho
e o silêncio é mais silêncio,

deitamo-nos à volta da piscina,
admirando a serenidade da água,
o voar dos pássaros em correrias de fim de tarde,

a brisa, sempre essa brisa seca e quente,
aconchegante por vezes
violenta quando quer mostrar ao seu vento quem define sua loucura,

sfsousa/olharomar

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Alentejo...renascer



Do ventre da terra seca e morta,
abrem-se gretas ressequidas com o suor dos corpos
que aqui largaram seu sabor e sua vida

com violência de espadas dirigem seu grito ao sol,
abrindo brechas e disparando em direcção ao céu,
são braços vazios,
secos de vida na terra que os venceram,

mas na extremidade das mortes,
surgem vidas renascidas
poisos de novas vidas que virão,
sempre,
repetidamente,
procurando nesta lonjura bravia e seca,
o descanso sereno da vida
e o seu eterno acordar

sfsousa/olharomar

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Alentejo...noite escura

É noite escura,
o céu à minha frente
desfila toda a sua sensualidade
nesta noite que para nós ainda não despertou

sigo as constelações que mais perto nos cercam,
 a ursa menor me seduzindo
e tantas outras me cercando,
a estrela polar enviando seu brilho e  luz
pestanejando sua sensualidade e cor
nos deixa arrefecer com este vento
que a planície rasga de amor,
nos trespassando na noite
com uma aragem leve e fresca
que o dia não permite

sfsousa/olharomar

domingo, 22 de agosto de 2010

Alentejo...sol vermelho


O ar morno corre na noite e na alma
serpenteia entre sobreiros despidos da sua virtude,
nus,
de cintura seca e imagens de sol vermelho

A lua esconde-se no fundo negro
onde brilham estrelas de intensidades distintas,
estrelas com a cabeça desperta
outras no silêncio inatingível da imaginação,
voam para nós
marcham livremente nesse céu infinito
onde nos atrevemos sempre a sonhar
a brisa toca-me morna de lampejos
sobre o meu corpo quente da noite
e a minha boca ainda vazia de beijos,

sfsousa/olharomar

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Alentejo...até amanhecer



As portas marcadas das entradas dos apartamentos
enrouquecem os nossos corpos doridos
que se deixaram levar na noite e nas estrelas
e amaram bravamente até esse infinito que nunca se alcança,
fazendo amor até amanhecer

sfsousa/olharomar

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Alentejo que o vento amacia


O silêncio continua…
como pode este silêncio viver
…oiço vozes das crianças dos vizinhos,
que agora despertaram para o dia.

Continuamos debaixo do toldo verde
que o vento amacia,
levantando e descendo
como se respirasse docemente
emprestando um pouco de sombra
nos refugiando dos raios impressionantes do sol
que continuam a tentar trespassar defesas
iluminando todo o nosso corpo com a sua claridade estonteante
e as palavras por muito simples que sejam
neste universo imenso da planície não conseguem dizer nada
só o silêncio
...que o vento amacia

sfsousa/olharomar

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Alentejo...




O calor aperta
oiço musica, escrevendo 
a quietude transporta meus desígnios da escrita
a musicalidade entra em meus ouvidos
e me obriga a escrever
 incentivando a não deixar os dedos descansar
este silêncio pesado nos remete ao nosso mais profundo intimo
reflectindo nas estrelas
que a noite há-de trazer,
voando nos seus sons e desejos reprimidos

sfsousa/olharomar

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Alentejo...




Existe um silêncio que o voar dum pássaro
por um ou outro momento quebra,
mas recolhendo à sua árvore e à sua sombra,
o silêncio penetra de novo
e nos leva a descansar o espírito
para lá do esquecimento

sfsousa/olharomar

domingo, 15 de agosto de 2010

Alentejo - um dia mais



Depois da caminhada
uma vista sobre a piscina,
vazia de gente, e nós dois,
só nós dois,
cúmplices deste descanso,
à sombra,
em frente à piscina que reflecte  ao sol
sua água límpida e transparente
e quando a visão se levanta,
a pradaria com alguns sobreiros
emprestando sua sombra à planicie seca e sem vegetação,
nos remete para outros lugares
de silêncios indómitos
convidando o pensamento a divagar
e a esquecer que o mal existe

sfsousa/olharomar

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Monte dos Arneiros - uns dias de descanso em pleno Alentejo





Monte dos arneiros – chegada a este monte alentejano, típico e rural para uns dias de férias e descanso com a minha Delfina, que sempre acumula este sossego e mo empresta na hora de retemperar forças e enfrentar nosso destino.

A noite está estrelada em céu negro,
miríade de estrelas nos acompanhando,
pintadas no firmamento,
presas aos nossos olhares
que fugiam dos corpos,

deitados nesta noite escura,
estendidos ao longo desta piscina
sensual,
debruçamos corpos e suores
roubados ao dia
fortalecendo o amor
é silêncio em melodia
que nos acompanha na noite
e seca de desejo a planície

sfsousa/olharomar