06/12/2009 – uma visita à praia da Granja/Aguda em dia cinzento de arrepiar e mar violento enraivecido (Eu, Delfina, Germano, Luísa)
Mar,
mar revolto que hoje me chamaste,
trouxeste ondas enamoradas e loucas,
tocadas pelo vento forte do desejo,
buscando refugio na imensidão do meu sonho
Mar,
correndo na praia,
os teus barcos aprisionados
seguram suas vidas e seus pertences,
guardam as redes com o marcar dos anos nos seus fios,
resguardando sua luta para outro dia e outra maré
Mar fundo,
o céu coberto de negro,
reflecte no teu leito as nuvens soltas e inebriadas de amor,
carregando ventos de tempestade
nas ondas que fustigam nossos cabelos,
a chuva encontra seu poiso nos olhos que teimam em abrir,
é a beleza das forças da natureza
nos mostrando quem manda no seu destino
As gaivotas fugiram amedrontadas e no horizonte nada navega,
só o amor entra por essa imensidão,
foge da terra deixando amarras soltas para trás,
segue pelo mar e tempestade adentro,
sem rumo,
se multiplicando em cada vaga,
como se pudesse repartir seu desejo e suas lágrimas
por este oceano que nos hipnotiza
O crepitar da vida é ofuscado pelo rebentar das ondas
e o silvo do vento batendo nas rochas
inunda nosso farol com sua luz de carícias
As ondas desejosas de chegar a terra,
levantam seus braços e quase chegam ao céu,
desfazem seus desejos na praia e não alcançam seu sossego,
morrem na areia e retomam seu destino,
com a mesma força que lhes dá vida
e que de novo na praia se perde
Sfsousa/olharomar