quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Perdidos



Por trilhos escondidos nos perdemos

Sem nunca nos alcançarmos,

Mas a lua que guia nossos corpos

Nos revela seus caminhos

E por momentos te deitas

Até que outra estrela acorde

E desperte meus sentidos,

De lobo á espreita em cada caminho,

Clamando pelo amor que enviado te foi

E que o teu uivo com a aragem da noite

Me seja devolvido

Pleno de chamamento

E de esperança renascido

sfsousa

domingo, 27 de janeiro de 2008

E na noite

E na noite

O silêncio continua penetrante

E eu solenemente me aproximo

Da colina mais alta

Para daí te poder alcançar

E á lua uivar,

Procurando que me traga no vento

O teu odor de loba suada

Em busca desejada

sfsousa

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

De novo o silêncio

De verdade, tenho enorme dificuldade e porventura uma visivel falta de geito para encontrar fotos que possa tentar de algum modo enquadrar em conjunto com o que escrevo mas de verdade é um trabalho árduo e seguramente nada conseguido. Hoje tinha pensado em recomeçar a escrever "OS UIVOS" e fui procurando por essa net fora uma foto com que puedesse começar esta postagem mas...nada, e, eis que quando já pensava desistir encontrei um foto dum excelente fotografo português, DUARTE ALMEIDA, que me atrevo a pedir emprestada para aqui postar e que me perdoe por este abuso:

De novo o silêncio

Chegando com a aurora,

Os corpos á espreita,

Os olhos movendo-se

Atropelando os sentidos

Que percorrem nossos corpos

Em ritmo de cavalgada alucinante

Na procura infindável

Da tua boca e dos teus beijos

Que se perdem

Em cada madrugada.

sfsousa

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

CHOCOLATE BRANCO

O chocolate branco

Também me toca

Mais quente e macio

Traz na boca

A duvida por um fio

De ser chocolate sentido

Mais calmo e doce

Como se mel fosse

Eternamente mais tranquilo

sfsousa

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

CHOCOLATE NEGRO

Chocolate negro

De boca ardente

Lábios vermelhos

Olhos rasgados

Nesse tão negro

Que cada gota derramada

Desse teu chocolate

Colhido entre tantos ais

Em lágrimas negras

Se derrete e se esvai


sfsousa

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

CHOCOLATE

Chocolate branco

Chocolate negro

Que chocolate me apraz?

O negro

Me arrepia de bom

Profundo e tocante

Belo de tão apertado

É puro e apaixonante

Suavemente amargo

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Até um dia Cabo Verde... até um dia

CABO VERDE

Hoje resolvi escrever sobre Cabo Verde, uma visita apressada á Ilha do Sal, bela e assustadora, plena de sol e de chuva sedenta, presenteando a nossa chegada com um sopro de calor dessa Africa selvagem, que nos vai rodeando e de humidade nos reveste.

Saída do aeroporto e lá está a nossa guia, simpática como todos os locais, dirigindo-nos para essas carrinhas antigas com atrelados a recolher as malas, e lá vamos nas camionetas desengonçadas que nos surpreendem como ainda se vão conseguindo mover nesta noite negra e de luzes abandonadas, certamente terão imensas historias para nos contar dessas suas inesquecíveis viagens.

Primeiro dia, aproximação e surpresa pela beleza do que foi erigido em tão árido local, as pessoas simpáticas, a mesma língua nos acompanhando e assim lá fomos desenvolvendo conhecimentos, gozando em pleno os nossos corpos nessas areias brancas e águas tão límpidas, transparentes e insinuantes, reclamando nossos corpos para as suas ondas nos poderem beijar.

Resolvemos fazer uma viagem de reconhecimento ás miragens e olho de água e lá nos metemos ao caminho nos jipes alugados para o efeito e lá fomos cabelos desgarrados, um lenço para trás deixado, um boné que da cabeça fugiu e não parou, por lá ficou, quilómetros percorridos em terra batida sem nada em redor, as arvores e vegetação fugiram pois a água as abandonou, mas eis que em direcção ao mar, chegamos a um sitio belo de tão só, uma barraca de madeira isolada, vendendo suas cervejas de aparência fresca, africanos doutras paisagens, vendendo suas bugigangas e uma piscina artificial entre rochas vulcânicas esculpida.

As roupas despidas num ápice e sem muito pensar, de cabeça mergulhamos nesse mar azul e desperto, sentindo fervilhar a sua vida e a juventude deste país palpitando, lançando suas ondas de amor abraçar estas rochas perdidas no meio de nada.

Nesse caminho desbravado para ver as minas de Sal, os banhos nessa água tão densa que deixava nossos corpos em suspenso, flutuando, não conseguindo tocar o seu leito azul e denso, convivemos com alguns seniores que doutra ilha vinham, sobretudo da Ilha de Santiago, e com a facilidade imensa que a mesma língua vai acolhendo outras culturas e outras gentes, aí começamos a falar, trocar ideias, desejos e sonhos comungados por todos, nas promessas de um dia aí voltar, tocar de novos os olhares dessa gente e nos alegrar com seus olhos brilhantes de poder imenso apesar de terem quase tudo de nada.

Vimos casebres de zinco, casas desconexas e vilas de vidas adiadas por falta de possibilidades oferecidas, vimos gente, gente de sorriso nos lábios, de coração aberto, vendendo aquilo que conseguem inventar, para no outro dia carregar de novo os mesmos pedaços de nada e alegremente recomeçar.

Vimos crianças soltas brincando em união, no recreio da escola, as dificuldades para trás, rodopiando no ar uma alegria e esperança que contagia, um poder que nos abraça, uma vontade de conseguir vencer que a todos arrasta e sente-se que hão-de vencer adversidades, hão-de libertar seus sonhos e viver, viver com o encanto dessa esperança e verdade que carregam em seus olhos e nos seus rostos, e viver felizes…merecidamente.

Vimos saudade enquanto partimos, deixamos ais em vão repetidos, arrumamos os corpos e bagagens, e na quietude da viagem os pensamentos de todos se cruzaram e em uníssono o desejo de voltar ficou, cruzou os ares e se soltou… até um dia Cabo Verde…até um dia.


Escrito em 17/01/2008 antes que se dissipem as lembranças e a memória me atraiçoe (sfsousa)

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

AMANDO LOUCAMENTE

no seguimento do que fui escrevendo, em uivos lançados, aqui deixo:

E amando loucamente

Nossos corpos fundidos

Por momentos de êxtase e prazer,

As garras despedaçando

Todos os sentidos,

Á espera do quente bafo da noite

Partilhamos… repetidamente,

Gestos naturais de amor e paixão

Que chegam perdidamente.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

VIDA "por Joana de Sousa"


Resolvi começar este ano a colocar um post de algo escrito por uma das minhas filhas que envergonhadamente lá vai escrevendo algumas coisas e nada mostra, pensando que podem não estar bem escritas ou que ninguém lerá ou apreciará, eu, com este orgulho e entusiasmo de pai, consegui que me mostrasse algo e que aceitasse partilhar neste meu blog o que assim escreveu:

A vida constrói-se através dos confrontos, das lutas constantes para alcançar o mais, o melhor...
Cabe a nós permitir-nos saber, que passo havemos de dar, para esses confrontos ultrapassar.
É uma luta de sentimentos e obstáculos; uns fáceis, outros mais difíceis.
É uma procura pelo agir bem, sem magoar ou ofender alguém.
Quando somos confrontados, ficamos revoltados, pensando que nos querem reduzir á insignificância...
Mas isso, é o ego magoado a falar; pois se reflectirmos racionalmente, acabamos por concluir, que quem sai magoado, é aquele que por vezes, inconscientemente, tendemos a "maltratar".
Devemos saber reflectir e ponderar sobre todos os danos, tanto os do próprio como os dos outros...
Só assim conseguiremos saber lidar com os difusos sentimentos que estes confrontos podem despoletar.
“De: Joana de Sousa”