segunda-feira, 27 de abril de 2009

Quando surges na noite...



Quando surges na noite, quando avanças
porque o som do batuque por ti chama,
teu corpo negro é chama que me inflama,
quando surges na noite, quando danças...

Quando danças, cantando as esperanças
e os desesperos todos de quem ama,
teu corpo negro é fogo que derrama
febre nas almas que repousam mansas.

Tu vens dançando (tudo em mim se agita)
e vens cantando (tudo em mim já grita),
quando surges em noite de queimada...

Depois, somos os dois, no mesmo abraço,
num batuque só nosso, num compasso
mais febril do que toda a batucada!

Poema de: Geraldo Bessa Vitor 

quarta-feira, 22 de abril de 2009

De novo o vento


Vento volta

devagarinho

Beija

todos os corpos carentes

Secando

os males à tua volta

Nessa tua viagem

ardente

O mal

ficou noutra porta

 

E serás

vento de viragem,

serás

leito de todos os rios

aragem fresca

em verões sombrios,

serás finalmente

… esperança

serás

vento destemido

serás

vento de mudança


sfsousa/olharomar


sexta-feira, 17 de abril de 2009

GIRASSOL


Girassol
Rasga a tua indecisão
E liberta-te.

Vem colar
O teu destino
Ao suspiro
Deste hirto jasmim
Que foge ao vento
Como
Pensamento perdido.

Aderido
Aos teus flancos
Singram navios.

Navios sem mares
Sem rumos
De velas rotas.

Amanheceu!

Orça o teu leme
E entra em mim
Antes que o Sol
Te desoriente
Girassol!
 de: Corsino Fortes

terça-feira, 7 de abril de 2009

lua de carmim



A minha lua
é cor de carmim
teu encanto
meu jardim
flores me retiram
tua a luz e cor
mas tu,
só tu,
és ar do meu ar
e eu,
escravo em mim,
sentindo a lua
a chorar
embalo seu luar
com a cor das flores
nos teus olhos

olharomar