segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Espírito de Natal

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Saio á noite para ver a cidade iluminada
o espírito de NATAL espreita a cada esquina
as luzes e as cores amolecem o meu coração
e me fazem sentir que jamais ficarei sem companhia
as estrelas e as cores brilhantes
em cada rua que percorro
recolhem em mim
abro a esperança e o corpo ás luzes
ao espírito de Natal e sem saber como… me realizo

Sinto-me feliz porque sou tocado pela bondade das estrelas
e os seus espíritos entrando em mim
querem partilhar seus gestos com todos os rostos
que na rua deparamos e nem conhecemos
mas que parecem que sempre nos acompanharam
e hoje, neste dia
entendemos o quanto nos completamos

que somos felizes quando alguém ao nosso lado sorri
somos amados quando sentimos que o amor nos toca
sai, flutua no ar e transporta suas sementes para longe
e sentimos que não estamos sós
os nossos pensamentos, os nossos amigos
os nossos desejos, nos acompanham
como se ao nosso lado estivessem 
sinto que partilhamos todo esse imenso poder que existe em nós  
e docemente nos pede para sair

sfsousa/olharomar

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

no abrigo da geira, Gerês


Desta vez subimos mais a Norte, 
à beleza agreste deste nosso Gerês 
que sempre nos fascina e nos abranda o coração 
quando a vida nos obriga a desligar do que nos rodeia 
e a sermos só nós, 
nós e o silêncio das palavras que repartimos com os amigos 
quando estamos sós.

Nós e os gestos de afeição, 
os carinhos que durante os outros dias da vida a correr ficam esquecidos 
e que nestes dias, 
tão saudosos como nós, 
despertam e nos levam a sentir 
como é bom cultivar a amizade que nos rodeia,
 o amor que nos protege 
e que se manifesta verdadeiro e único.

O frio da noite reconforta a montanha 
e nos recompensa com o aconchego do abrigo da geira, 
uma casa de pedras graníticas,
 imersa num povoado de ruas estreitas aparentemente desertas de vida 
nas noites que percorrem a serra.

A noite beija de frio as portas 
e o vento toca as portadas de madeira das janelas sibilando de leve, 
esperando receber seu convite para entrar mas não, 
cá dentro o ambiente é quente, aconchegante, 
partilhado com os amigos de sempre, 
aproveitando o momento eleito entre um tinto do Douro 
e uns enchidos que nesta região nos regalam e nos desafiam, 
para entre conversas, entre risos, 
entre pretensos mas desejosos dotes musicais, 
surgir a poesia num piano que como por magia, 
ganhou vida, despertou suas notas e ritmos, 
alegrando a estadia, 
enquanto o chá da noite não chega 
e o cansaço permanece adormecido, 
como se o dia teimasse em não se deitar.

Novembro 28 e 29 de 2014