A estes avós fantásticos que a vida me deram, cúmplices de todas as vontades e anseios, que não puderam presenciar a madrugada de Abril e de liberdade, na qual sempre acreditaram, a minha homenagem singela e sentida a estes meus avós de estirpe única e verdadeira e de valores incorruptíveis.
Aos meus avós maternos
A quem tudo devo,
A vida,
A educação,
A vivência,
O sabor da vida
O valor da amizade,
O saber que a liberdade estava ali,
Encarcerada mas viva
E pronta a despertar,
Aos meus avós
Que me fizeram sentir a vida
E no seu colo me aconchegaram,
Lembrando-me em tempos idos
Que a esperança e liberdade
Não são coisas vãs,
Aos meus avós
Que pela liberdade lutaram
E presos foram,
Despojados da vida
E de pecados inventados,
Aos meus avós
Que pelos outros lutaram
E sofreram sem queixume,
Aos meus avós
Que valem mais que tudo junto,
E nada os separou
Aos meus avós
Que sempre tudo me deram
E nada pediram,
Aos meus avós
Que de ideais viveram
Acompanhando a juventude
E a evolução,
Aos meus avós
Que foram tudo para mim
E mesmo hoje continuam a ser,
A esses meus avós,
Estejam onde estiverem
Podem ter a certeza
Que nunca se esfumarão,
Pois entre tempos,
Entre vidas
Entre outros que virão,
Jamais serão por mim esquecidos,
Recordarei eternamente
Tudo o que lhes devo
E para sempre
No meu coração aí permanecerão
E quando olho o céu
Despertando com a luz
Recordo com paixão
Que avós como estes
Todos podem ter
Mas melhores… não.
Em 23/08/2007 sfousa