sexta-feira, 31 de agosto de 2007

se pudesse


Se te pudesse amar sairia correndo

E acorrentaria o vento

Se te pudesse amar sairia voando

E as marés em sossego ficavam

Se te pudesse amar sairia de mim mesmo

E ordenaria que parasse o tempo

Se te pudesse amar sairia de azul

E os céus em mim mergulhavam

Sfsousa (olharomar)

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

AO PAI FERREIRA E AVOZINHA

A estes avós fantásticos que a vida me deram, cúmplices de todas as vontades e anseios, que não puderam presenciar a madrugada de Abril e de liberdade, na qual sempre acreditaram, a minha homenagem singela e sentida a estes meus avós de estirpe única e verdadeira e de valores incorruptíveis.

Aos meus avós maternos

A quem tudo devo,

A vida,

A educação,

A vivência,

O sabor da vida

O valor da amizade,

O saber que a liberdade estava ali,

Encarcerada mas viva

E pronta a despertar,

Aos meus avós

Que me fizeram sentir a vida

E no seu colo me aconchegaram,

Lembrando-me em tempos idos

Que a esperança e liberdade

Não são coisas vãs,

Aos meus avós

Que pela liberdade lutaram

E presos foram,

Despojados da vida

E de pecados inventados,

Aos meus avós

Que pelos outros lutaram

E sofreram sem queixume,

Aos meus avós

Que valem mais que tudo junto,

E nada os separou

Aos meus avós

Que sempre tudo me deram

E nada pediram,

Aos meus avós

Que de ideais viveram

Acompanhando a juventude

E a evolução,

Aos meus avós

Que foram tudo para mim

E mesmo hoje continuam a ser,

A esses meus avós,

Estejam onde estiverem

Podem ter a certeza

Que nunca se esfumarão,

Pois entre tempos,

Entre vidas

Entre outros que virão,

Jamais serão por mim esquecidos,

Recordarei eternamente

Tudo o que lhes devo

E para sempre

No meu coração aí permanecerão

E quando olho o céu

Despertando com a luz

Recordo com paixão

Que avós como estes

Todos podem ter

Mas melhores… não.

Em 23/08/2007 sfousa

sábado, 18 de agosto de 2007

AUSÊNCIA

Onde estás que não te sinto

Aguardo tua visita que não vem

Neste imenso vazio que me rodeia

Bebendo pecados de permeio

Retirando a esta espera mais um desejo

Que neste dia desperta

E em mim descansa

Porque partistes e não senti

Voaste e desejei-te

Em silêncio aguardei

Mas fugiste

E nem uma palavra de volta

Me enviaste

Aguardo-te neste meu canto

Sem destino mas com anseio

Perdoando este segredo que maltrata

Esta alma perdida em devaneio.

sfsousa

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

OLHOS DE AZEITONA (seg.)

Tinha pensado neste repouso ansiado, chegado com as férias de verão, de repousar também a pena, sem tempo e sem volta, mas não consigo, e para todos aqueles que na sua visita a este blog desfrutaram do prazer da leitura dos olhos de azeitona, ou não, atrevo-me a escrever e postar algo mais dedicado a esses olhos belos e irreais que em sonhos nos libertam:




Olhos de azeitona,
Inquietantes
Quem te olha
Não mais esquece esse sorriso
Deslumbrante
Esse fogo que nos aquece

Essa tua maneira gaiata
De dizer olá
Presente como sempre
A saudade ausente
Pedindo repetidamente
…Hoje não vás

Todos os dias diferente
E sempre renascida
A saudade começa aqui
Moendo lentamente
Sentindo esse olhar
Fugaz e penetrante
Resgatar-te a esse teu mar
Devolvendo-te à minha vida


16/08/2007 sfsousa