sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Moinhos...

Hoje, ao ver umas fotos dum passeio á beira rio, de paisagens fantásticas, verdes inimagináveis, bem perto de nós, lá para o lado da Foz do rio Sousa, os moinhos adormecidos mas, não esquecidos, me fizeram lembrar algo que escrevi há tempos sobre este tema e que poderia ter sido um inicio duma marcha popular mas, como não sairam estes versos, aqui os disponho para que todos os que queiram, os possam apreciar com o mesmo carinho com que os escrevi…

No rio, 
a água corre
moinhos velhos 
movendo
farinha nova, 
vida pobre
trabalho árduo
água correndo

Dois lugares 
um só pensamento
vinte cestos 
montes de roupa
dez lavadeiras 
nem um lamento
mãos embalando 
uma voz rouca 

Moinho velho 
triste e só
na mó 
seu leito gemendo 
água do rio 
farinha em pó
nas casas 
familias sofrendo

Tantas voltas
uma cantadeira
uma bacia 
para tanta roupa
dez cestos 
cinco lavadeiras
mãos chorando 
a paga tão pouca


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