segunda-feira, 27 de abril de 2009

Quando surges na noite...



Quando surges na noite, quando avanças
porque o som do batuque por ti chama,
teu corpo negro é chama que me inflama,
quando surges na noite, quando danças...

Quando danças, cantando as esperanças
e os desesperos todos de quem ama,
teu corpo negro é fogo que derrama
febre nas almas que repousam mansas.

Tu vens dançando (tudo em mim se agita)
e vens cantando (tudo em mim já grita),
quando surges em noite de queimada...

Depois, somos os dois, no mesmo abraço,
num batuque só nosso, num compasso
mais febril do que toda a batucada!

Poema de: Geraldo Bessa Vitor 

2 comentários:

Sonia Schmorantz disse...

Que belo poema!Mas gosto muito de ler os teus também.
Uma linda nova semana para ti.
Um grande abraço.

Sonia Schmorantz disse...

Que tenhas um maravilhoso final de semana.
abração